Nós, empresários, precisamos evoluir do ponto de vista associativo, e entender como isso afeta o ambiente de negócios e a nossa empresa

 

Terminando um ano dramático e começando outro que até agora parece ser pior (em vários sentidos, pois continuamos carregados de incertezas) e tentando imaginar como podemos planejar um futuro sem correr o risco de sermos otimistas delirantes, mas, muito mais que isso, podemos, sim, ser idealistas sonhadores.

Acreditamos que podemos pensar em um plano de recuperação que abrace a nossa missão de produzir riquezas, gerar empregos, gerar tributos e bem-estar para a comunidade de Ponta Grossa, atuando forte e firme nos pilares de reconstrução das nossas empresas, trazendo a elas mais faturamento, redução de custos, formação para os nossos funcionários, informação para o nosso negócio, interação para que possamos nos desenvolver, melhorar a nossa representatividade nas entidades para, assim, influenciarmos o poder público e toda a cadeia econômica, buscando juntos a inovação dos nossos negócios.

Para que isso não passe de um sonho ou devaneio, existem duas condições: que as entidades sejam entidades, entendam o seu papel de congregação de empresários; e que os empresários sejam empresários. Para tanto, nós, empresários, precisamos evoluir do ponto de vista associativo, e entender como isso afeta o ambiente de negócios e a nossa empresa:

1 – O concorrente não existe para te agradar ou para te desagradar. O concorrente existe para ensinar e aprender com você, para construírem juntos um setor da economia;

2 – Ninguém é culpado pelo que você está passando. A maioria dos fatos são gerados por nós mesmos, por ações ou por omissões. É você quem opta por participar ou não da condução das leis da sua cidade;

3 – A arte de viver sem expectativas e, sim, com perspectivas que advém de planejamento organizado é a chave para não se frustrar;

4 – Não espere aprovação ou provocação do outro. Procure você, existem meios no associativismo. Só assim poderá desfrutar da ousadia e da confiança natural que deve abastecer a sua essência empresarial;

5 – Você não pode ter controle de nada sozinho, mas, junto, tem muito poder. Use. Abra mão do controle individual de tudo, aprenda e exercite a democracia. Só assim terá domínio sobre o seu negócio e sobre a sua vida. O controle é um reflexo do medo. Já o domínio é um reflexo do seu entendimento de cidadania. Isso só é possível quando você exercita a democracia, convive congregado. A democracia é um dos músculos do tecido social. Se você não o exercita, ele atrofia, e, quando precisar, não poderá contar com ele. Exercite-o.

6 – Não se deixe levar pela falsa propaganda do sucesso a qualquer preço, às vezes apenas estando no espaço apertado do pensamento que os outros têm de você. Isso não vai dar certo. Você tem uma missão: gerar riquezas, se apegue e entenda isso.

7 – Não acredite em tudo que dizem sobre negócios. Por mais romântico e poético que possa ser, no fim o que importa são as atitudes e não as palavras. O resultado é o que ficará para a história. Aprenda a produzir resultados com os seus concorrentes.

8 – Deixe o orgulho e pare de acreditar que tudo vai ser como você quer, deseja ou precisa. Você não está mais na casa da sua mãe, que lhe servia em tudo. O mundo existe com as suas regras, o mercado existe com as suas regras. Aprenda essas regras com os seus concorrentes.

9 – Tudo na vida é passageiro. A pandemia vai passar, mas as suas ações dirão o que você será em breve.

10 – Você será responsabilizado por tudo que está acontecendo na sua vida, na sua cidade e, principalmente, no seu setor. O que você sabe e pensa irá afetar a realidade da sua cidade e vai influenciar a vida de milhares de pessoas, quer queira ou não. Portanto, se quer mudar a sua realidade, mude os seus pensamentos e vá aprender com o seu concorrente.

11 – Orgulho, ego e carência emocional não é desejo de receber, e, sim, parte do seu íntimo de uma necessidade de se dar.  Isso só acontece quando entende solidariedade e quando está com os seus concorrentes. Projetá-las em alguém, em um político ou algum líder, é o mesmo que pedir para que alguém vá almoçar para matar a sua fome. Não se iluda. Só você faz o seu caminho, mas em congregação.

12 – Aprenda a viver com simplicidade e mais realidade. Ninguém precisa falar bonito para expor as suas ideias, apenas precisamos falar o que pensamos. Respeitar o que os outros pensam e, juntos, criar pensamentos de grupos. Só assim poderemos entender quem somos. A verdade aparece quando convivemos. Experimente. Sorria e não leve tudo tão a sério, mas leve a sério a sua missão, pois será cobrado por ela. Afinal de contas, a essência da vida é se descobrir e realizar. Essa é uma forma de desfrutar dessa aventura chamada evolução.

Te espero.

GILMAR DENCK é empresário com 30 anos de experiência em associativismo e Gerente Institucional da Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (ACIPG). Formado em Filosofia e Administração.

Por NCG.news / Foto: Divulgação