Na fiscalização, foram encontrados materiais enferrujados, medicamentos vencidos, além de condições inadequadas de higiene. Prefeitura estaria devendo R$ 200 mil para o hospital.

A interdição foi determinada depois de uma vistoria da 3ª Regional de Saúde, fruto da comunicação do Coren/PR Foto: Divulgação/Coren

 

 

O Conselho Regional de Enfermagem recebeu na terça-feira, dia 7, um ofício da Vigilância Sanitária Estadual, emitido pela 3ª Regional de Saúde, de Ponta Grossa, informando a interdição do Hospital Madre Tereza de Calcutá, localizado em Palmeira, na região dos campos gerais. A interdição foi determinada depois de uma vistoria da 3ª Regional de Saúde, fruto da comunicação do Coren/PR sobre a grave situação irregular em que funcionava o hospital, situação verificada em uma fiscalização da autarquia realizada em novembro de 2019.

O Coren/PR só pôde fiscalizar a instituição depois de conseguir um mandado de segurança garantindo a entrada da equipe de Enfermeiros Fiscais do Conselho, impedida pela direção de adentrar naquele hospital.  A Fiscalização foi motivada por uma denúncia recebida na Ouvidoria.

Durante a inspeção, para verificar a inexistência de supervisão de Enfermeiro na rotina dos Auxiliares de Enfermagem e desrespeito à Lei do Exercício Profissional, os Enfermeiros Fiscais encontraram diversas infrações ao código sanitário, como materiais enferrujados, medicamentos vencidos, condições inadequadas de higiene e limpeza, entre outras situações. “Imediatamente, foi enviada correspondência do Coren/PR à 3ª Regional de Saúde relatando as condições duvidosas do funcionamento do Hospital Madre Tereza de Calcutá, assim como também foi comunicado o Conselho Regional de Medicina  sobre a inexistência de médico em plantão, entre outros eventos que expunham a população e os profissionais de saúde a risco eminente”, explica a Enfermeira chefe do Departamento de Fiscalização, Deliziê Martins.

Para a presidente do Coren/PR, Simone Peruzzo, a notícia da interdição do hospital demonstra na prática como o Conselho atua para garantir à sociedade e à categoria que os serviços de saúde sejam prestados com qualidade e segurança.

“Esta é a principal função dos Conselhos de Classe, proteger a sociedade de eventos adversos causados pela prática profissional ou equipamentos inadequados. Esta interdição sanitária precedeu a interdição ética, fato que demonstra o trabalho sintonizado entre as diferentes esferas e autoridades que detém a responsabilidade de identificar e punir as instituições que colocam a sociedade em risco, ignorando noções básicas sanitárias e do serviço de Controle de Infecção Hospitalar, submetendo os profissionais de saúde a uma rotina extenuante, insegura e indigna, acompanhada de inúmeros afastamentos e permanente sofrimento moral”, disse a presidente.

 Com informações da assessoria do Coren-PR

ESCLARECIMENTO DA DIREÇÃO

A reportagem da Ipiranga FM conversou na manhã deste sábado (11) por telefone com Paulo Rogério Mendes, administrador do Hospital Madre Teresa de Calcutá, que disse estar em viagem.
Mendes afirmou que se trata de uma interdição cautelar e temporária e que a administração está buscando as readequações necessárias para reabertura do hospital.

“A situação em que a casa hospitalar se encontra começou quando foram encerrados os serviços de plantões médicos para a população e com o fim do contrato com o Sistema Único de Saúde (SUS)”, apontou o administrador.

De acordo com Paulo, a instituição tem a receber do município um valor aproximado de R$ 200 mil, proveniente ao período que prestou o serviço médico de plantão e não recebeu.
Tentamos contato com a administração municipal para saber mais sobre este valor citado, mas não obtivemos retorno até o momento.

Fonte: https://folhadepalmeira.com.br/hospital-madre-tereza-de-calcuta-de-palmeira-e-interditado-pela-vigilancia-sanitaria/