Popularmente como “cobreiro”, o Herpes-Zoster é uma infecção viral, provocada pelo vírus o Varicela-zoster. Alojado na coluna espinhal de pacientes que já tiveram Catapora, ele pode permanecer inativo durante anos ou em estado latente, “podendo ser reativado por motivos diversos, passando por um sistema imunológico fragilizado ou envelhecido, até mesmo fatores externos como ansiedade e outros problemas que afetam a saúde mental fazendo assim com que o vírus migre para a pele manifestando o herpes zoster”, explica o médico infectologista do Grupo Sabin Medicina Diagnóstica, Dr. Alexandre Cunha.

As lesões na pele, acompanhadas de dor intensa, são os principais sintomas da doença, que hoje afeta aproximadamente 41 pessoas por milhão de habitantes no Brasil, segundo pesquisa divulgada pela Universidade Estadual de Montes Claros. Um salto superior a 35% quando comparado com os indicadores do período pré-pandemico (entre 2017 e 2019). Com base nos registros feitos no Sistema Único de Saúde (SUS), entre abril e agosto de 2020, a pesquisa detectou que antes da pandemia havia no Brasil pouco mais de 30 casos a cada milhão de habitantes, e com a chegada da pandemia, saltou para mais de 40 casos por milhão de habitantes e foram as regiões Centro Oeste e Sudeste que registraram mais casos da doença.

O estudo não aponta as causas para o aumento, mas os pesquisadores estão avaliando que relação podem ter com a Covid-19. O infectologista destaca que a pesquisa é importante para compreender que fatores podem potencializar a incidência da doença. “Sabemos que fatores emocionais também interferem diretamente no sistema imunológico desses pacientes e esse mapeamento pode nos ajudar a entender como chegamos a estes números”, destaca.

Dr. Alexandre faz outra observação importante. “Se não tratado de forma rápida e adequada, as complicações da doença podem ser graves afetando terminações nervosas nos olhos, rosto e ouvido dos pacientes, provocando paralisia, perda visual ou auditiva. Ele acomete pessoas que já tiveram Catapora, principalmente quem já passou dos 50 anos, mas não exclui os mais jovens dos riscos. Por isso, é fundamental investir num cuidado tão básico e importante como a vacinação”, orienta.

Contra o vírus: vacina!

O médico explica que no Brasil, a vacina contra o zoster pode ser adquirida na rede privada de saúde e é indicada para pessoas com 50 anos ou mais. “Ela oferece proteção contra o zoster mesmo nas pessoas que já tiveram contato com o vírus – mas, neste caso, a orientação é esperar um ano após o contágio para aplicação da dose”, assegura o especialista. Além disso, Dr. Alexandre explica que indivíduos já vacinados e que ainda assim desenvolveram a doença, apresentam significativa redução da dor e das complicações e destaca também que a vacina não é indicada para o tratamento do herpes zoster ou neuralgia pós-herpética.

Outro aliado da saúde é a vacina Varicela que pode ser encontrada nas redes pública – pelo Programa Nacional de Imunização – e privada de saúde. Ela protege contra a catapora, a doença infecciosa, altamente contagiosa, usualmente benigna e que acomete principalmente em crianças não vacinadas. “A Catapora também é causada pelo vírus varicela-zoster e geralmente tem pico de incidência em crianças com idade entre 3 e 7 anos e os casos mais graves acontecem nas crianças com menos de 1 ano de idade e em adultos. É mais uma opção de prevenção. Vacinando as crianças, podemos visualizar um futuro com menos ocorrências de Herpes Zoster”.

A vacina Herpes Zoster está licenciada para pessoas com 50 anos ou mais e é recomendada como rotina para maiores 60 anos de idade. No mesmo portfolio é possível encontrar também a vacina Varicela, que confere proteção contra a catapora. “Trata-se de vacina que apresenta vírus vivos “enfraquecidos” da varicela e é recomendada de rotina para crianças a partir de 12 meses. Excepcionalmente, em situações de surto, por exemplo, pode ser administrada também em crianças a partir de 9 meses. Todas as crianças, adolescentes e adultos que não tiveram catapora podem e devem ser vacinados”, explica o infectologista.

da assessoria