Nesta terça-feira (2), o portal D’Ponta News dá início ao projeto ‘Alerta Covid-19’. A iniciativa tem como objetivo tirar dúvidas da população e mostrar o combate ao coronavírus no município através de entrevistas com especialistas da área. Ao todo serão 10 vídeos divulgados durante o mês de junho. ‘Alerta Covid-19’ é um projeto independente do D’Ponta News, que conta com o apoio da Prefeitura Municipal de Ponta Grossa, e que será distribuído gratuitamente para reprodução nos meios de comunicação.

SAIBA COMO SÃO FEITOS OS TESTES RÁPIDOS E PCR EM PONTA GROSSA

Uma das etapas mais importante do combate à pandemia do novo coronavírus na Fundação Municipal de Saúde de Ponta Grossa é identificar os pacientes com a Covid-19. Para isso, o município utiliza duas metologias de testagem: os testes PCR e os testes rápidos.

Para entender a diferença entre eles e como são feitos, o ‘Alerta Covid-19’ conversou com o médico Rodrigo Manjabosco, secretário adjunto de Saúde de Ponta Grossa. Devido à pandemia, as gravações em hospitais, UBS e no Laboratório Central estão suspensas. Por isso, a entrevista foi gravada pela internet.

Para Manjabosco, a primeira diferença é que o teste PCR identifica a presença do vírus, enquanto o teste rápido se concentra na defesa do organismo. Ele explica que o PCR se baseia na detecção do material genético do coronavírus, o RNA. “O PCR, como busca o vírus, é considerado o golden test, o teste de ouro”, comenta. Ele acrescenta que é o teste com maior confiabilidade e menor margem de erro.

“O teste rápido tem menos segurança do que o PCR porque você está buscando uma reação do corpo ao vírus e isso pode, em algumas pessoas, não acontecer no mesmo período ou da mesma forma”, enfatiza. Ele cita como exemplo que alguns pacientes contraem a doença, não testam positivo porque o corpo não desenvolveu os anticorpos de que precisava.

Manjabosco frisa que o teste rápido detecta a presença de anticorpos e, portanto, o resultado positivo não significa que o paciente está com a Covid-19. “Quando o teste rápido dá positivo significa que o paciente já teve contato com o vírus e desenvolveu anticorpos. Ele já passou pelo processo de adoecimento e está em fase final de curso da doença. São aquelas pessoas que já não estariam, inclusive, na quarentena”, esclarece.

Como são feitos os testes rápidos?

Os testes rápidos são realizados no próprio município e a própria equipe da Unidade Básica de Saúde quem coleta a amostra de sangue do paciente com suspeita de Covid-19. Essa amostra é enviada para o Laboratório Central do Município onde passa por um processo chamado de centrifugação, que separa o plasma dos outros componentes do sangue.

De acordo com Manjabosco, essa fase pré-analítica é importante para assegurar que os testes tenham a maior assertividade. “Esse teste poderia ser feito na Unidade Básica de Saúde com apenas uma gotinha de sangue, mas corre-se o risco de que naquela gota não se encontre as células de defesa contra o coronavírus”, explica.

O secretário adjunto reforça que o objetivo do procedimento realizado no Laboratório Central do Município é aumentar a efetividade do teste. “Nós preferimos centrifugar a amostra, concentrar o plasma com as células de defesa para ter mais segurança no resultado do teste”, enfatiza.

O próximo passo é realizado com a ajuda de um dispositivo parecido com o de testes de gravidez comumente encontrados em farmácias. Uma amostra do plasma do paciente é colocada no dispositivo junto com um reagente e o resultado demora cerca de 15 minutos.

O dispositivo possui duas linhas que devem ficar aparentes para mostrar que o resultado é positivo. A linha ‘Controle’ mostra que o teste foi realizado com sucesso e que todos os procedimentos foram corretos. Quando a linha ‘Teste’ aparece indica que o paciente já teve contato com o vírus e desenvolveu anticorpos.

Realizado o teste e feita a leitura, o último passo é colocar os dados no sistema e informar o resultado para o paciente.

O que significa o teste PCR?

Manjabosco salienta que o teste PCR é o único capaz de detectar a presença do coronavírus no organismo. “Esse é o teste que busca na verdade o vírus, então o paciente está com a doença e ainda está cursando o período virológico”, destaca.

A amostra para realizar o teste PCR é coletada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Seguindo as determinações do Governo do Estado, são testados apenas pacientes com sintomas considerados de moderados a graves.

O kit para realização do teste inclui um tubo de ensaio com produto para conservar a amostra durante o transporte e uma haste flexível de aproximadamente 20 cm.

“Esse cotonete é introduzido no nariz do paciente até a parte mais profunda da região nasal. Quem está coletando a amostra roda o cotonete para pegar secreções lá do fundo”, detalha Manjabosco. O procedimento também inclui a coleta de secreções da garganta.

As hastes com as amostras são colocadas dentro do tubo de ensaio e enviadas para o Laboratório Central do Estado, em Curitiba, onde será feita a testagem. O material é colocado em um equipamento para análise e o resultado demora entre 48 e 72 horas para ficar pronto.