Escritor de Palmeira, Ricardo Philippsen lança livro em 30 de julho

Ilustrações de Ana Matsusaki foram finalistas da exposição da Feira do Livro Infantil de Bolonha 2022

Você já parou para pensar sobre o que acontece se alguém deixar as plantas da horta completarem seu ciclo natural? Quais seriam as consequências dessa decisão? Esse é o delicado enredo de O Perigo da Semente, que propõe um novo olhar para a natureza e levanta importantes reflexões acerca dos ciclos, das relações em comunidade, do respeito e da sustentabilidade. Produzido com exclusividade para o Clube Quindim em novembro de 2021, o livro será lançado para o grande público em 30 de julho, na festa que comemora os 70 anos de fundação da Colônia e da Cooperativa Agroindustrial Witmarsum, localizada em Palmeira (60 km de Curitiba/PR), palco da história que deu origem à obra, onde autor nasceu e vive com sua família. Mas se você não puder comparecer à celebração, fique tranquilo, pois pode adquirir seu exemplar de O Perigo da Semente pelo site ou WhatsApp da editora –

“A história é real, por isso acredito que tenha tanta força”, afirma Philippsen sobre seu livro de estreia, nascido como crônica publicada em um blog coletivo há nove anos, sem qualquer ambição a não ser compartilhar o que estava vendo ao seu redor. “A gente semeia aquilo que faz sentido e as coisas tomam vida e vão achando seu caminho sem termos controle sobre elas. Foi assim com a horta e com o texto que voltou para mim e chegou até a Ana Matsusaki (que eu não conhecia) em alguns grupos de agroecologia do WhatsApp há algum tempo. Imagine a minha surpresa ao reconhecer naquela mensagem o post de 2013 e, posteriormente, ser contatado pela Ana com a ideia de transformar o texto em livro”, conta o autor que nasceu na Colônia Witmarsum, de onde saiu para fazer Faculdade e trabalhar, e para a qual voltou, pois é onde tem suas raízes.

Natural de São Paulo (SP), a premiada ilustradora Ana Matsusaki já foi bem urbana e distante da natureza, mas depois que ela e seu companheiro decidiram se fixar em Curitiba/PR, em 2018, seu ritmo e percepções de vida mudaram. Tanto que, em um terreno abandonado perto de casa, o casal e um vizinho decidiram fazer uma horta e por conta disso ela se envolveu em grupos de agroecologia, começou a pesquisar sobre o assunto e entendeu que não era preciso ir até a Amazônia para salvar o mundo, mas era possível criar outras formas de viver para amenizar o impacto causado pelas cidades. E foi em um desses grupos no WhatsApp que Ana recebeu o texto do Ricardo. “Fiquei profundamente emocionada com história, porque a gente tende a pensar que uma formiguinha não significa nada, mas quando várias se juntam, a transformação começa a acontecer. O que mais mexeu comigo foi o exercício da autonomia, que é as pessoas exercerem a cidadania, independentemente de governos ou empresas”, destaca a artista.

 Autor e ilustradora receberam o texto pelo WhatsApp anos depois de ele ter sido escrito. “Quando a Ana me falou do projeto que tinha em mente, fiquei feliz, mas estava envolvido com diversas atividades e disse que não teria tempo para me dedicar a outras coisas, mas ela respondeu que eu não precisaria fazer nada, pois já tinha feito”, lembra Ricardo, que mandou fotos da horta para que sua parceira a conhecesse. Por seu lado, Ana usou a própria experiência como laboratório para entender os ciclos de cada planta e fez questão de incluir espécies brasileiras como taioba, capuchinha e mandioca no trabalho em que utilizou técnicas mais manuais como bico de pena, colagens e fitas adesivas.  Ana conta que ao ler o texto narrado em primeira pessoa passou a imaginar como esse personagem seria, mas concluiu que não era necessário representá-lo. “O melhor foi que ao conversar com o Ricardo ele disse ter pensado a mesma coisa, pois assim, durante a história o leitor poderia se projetar e se enxergar como agente de mudanças”.

 O trabalho de dedicação e carinho renderam frutos: Ana Matsusaki foi a única brasileira finalista da edição 2022 da mais importante exposição de ilustrações do mundo: a da Feira do Livro Infantil de Bolonha. Vale lembrar que a  organização do evento recebeu inscrições de 3.873 artistas (92 países) totalizando mais de 19 mil imagens e apenas 78 ilustradores (29 países) conquistaram o direito de expor seus trabalhos, não só na Itália, mas na mostra itinerante com duração de dois anos que passará por importantes museus do mundo começando por Itabashi Art Museum, Nishinomya City  Otani Memorial Art Museum, Ishikawa Nanao Art Museum, Ota City Museum of Art and Library (Japão), antes de seguir para China e Coreia do Sul.

 “Para a Saíra, que produz literatura com causa, cujas obras conduzem a leitura de forma a valorizar o trajeto narrativo e o lirismo, é grande a alegria de publicar um livro que traz temas tão importantes como empatia, gentileza, terra/Terra, sustentabilidade para uma reflexão urgente. Entre tantas qualidades, O Perigo da Semente apresenta texto e imagens igualmente delicados, que se complementam, se fortalecem e se expandem mutuamente”, pontua Fábia Alvim, sócia-fundadora da Saíra Editorial. Quanto a você, se estiver na capital paulista, faça uma visita ao Espaço Saíra – livraria, café e restaurante – um sobrado acolhedor, especialmente preparado para aproximar as crianças do universo literário de forma natural e divertida, que serve refeições, lanches, bolos, café, chá (quase tudo preparado no local) e oferece fraldário e sala de amamentação.

a assessoria