Em março deste ano foi publicado no Diário Oficial da União, que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu o registro do medicamento Jemperli (Dostarlimabe), do tipo anticorpo monoclonal, fabricado pela farmacêutica GSK Brasil; seu registro pode ser consultado diretamente no site do órgão. A princípio, a autorização do seu uso se reserva a pacientes com câncer endometrial recorrente ou avançado com deficiência de enzimas de reparo (dMMR) ou alta instabilidade de microssatélite (MSI-H), e deve estar disponível em agosto deste ano. Segundo as estatísticas mais recentes do Instituto Nacional de Câncer (INCA), 6.540 casos da doença foram registrados em 2020 e 1.944 mortes no mesmo ano.

O medicamento vinha sendo testado pelo centro clínico especializado em câncer, Memorial Sloan Kettering Cancer Center – localizado em Nova York, EUA – onde foi realizado um estudo com 12 pacientes portadores de câncer retal em estágio inicial. O teste teve duração de seis meses, com doses aplicadas a cada 3 semanas, nenhum paciente havia recebido quimiorradioterapia ou sido submetido a cirurgia, e nenhum caso de progressão ou recorrência havia sido relatado no período posterior ao estudo (intervalo de 6 a 25 meses). Os resultados foram publicados no New England Journal – um portal de publicações científicas da área da medicina – e apresentados no maior encontro de oncologistas clínicos do país em junho de 2022, chamado de Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), unindo mais de 30 mil profissionais da área.

“O Jemperli é uma nova terapia importante contra um tipo de câncer que possui opções limitadas de tratamento. A aprovação dessa terapia traz uma nova esperança para essas pacientes, que têm necessidades significativas de tratamentos mais eficazes”, afirmou Vanessa Fabrício, Diretora Médica de Oncologia da GSK, em comunicado. Em contrapartida, a ressalva de alguns especialistas da área da oncologia é que os medicamentos desta categoria causam reações alérgicas em uma a cada cinco pessoas, e que a ausência de colaterais nos pacientes pode ser devida à pequena amostra de pacientes participantes dos estudos.

Apesar de algumas reações adversas, tais como náusea (13,8%), diarreia (13,8%) e fadiga (17,6%), as funções corporais foram mantidas normalmente, o que anima os médicos. Em entrevista ao The New York Times, Luiz Diaz Jr., um dos autores do trabalho e Chefe da Divisão de Oncologia de Tumores Sólidos do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, afirma que “A taxa de sucesso da pesquisa norte-americana não é comum, e talvez seja a primeira vez que algo do gênero é registrado em toda a história de estudos contra o câncer”.

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