O Ministério Público do Paraná, por meio do Núcleo de Londrina do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), com apoio da Corregedoria da Polícia Civil, cumpriu nesta terça-feira, 24 de agosto, um mandado de busca e apreensão e outro de imposição de medidas cautelares diversas da prisão contra um investigador de Polícia Civil lotado em Londrina, no Norte-Central do estado. O policial é investigado por interceptação telefônica clandestina e por violação qualificada de sigilo funcional.

O cumprimento das medidas, determinadas pela 5ª Vara Criminal da Comarca, é um desdobramento de investigação deflagrada em 2020, a qual apurou a existência de associação criminosa entre policiais e advogados para a prática de crimes de corrupção ativa e passiva. Durante a investigação, constatou-se que, fazendo uso de seu cargo, o policial teria feito interceptação telefônica ilegal, atendendo pedido de dois advogados.

O alvo da interceptação ilegal foi a ex-mulher de um dos advogados. Para requerer os dados telefônicos e de localização da vítima, o policial teria se utilizado de duas operações policiais que estavam em andamento na unidade de Londrina da Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc).

Afastamento – Além da busca e apreensão, o Juízo determinou o afastamento imediato do investigador de seu cargo (sem prejuízo de suas remunerações, conforme previsto no artigo 319, inciso VI, do Código de Processo Penal) pelo prazo inicial de 120 dias – que poderá ser ampliado de acordo com a necessidade das investigações.

O policial também está proibido de acessar repartições da Polícia Civil do Paraná, exceto quando for intimado para prestar depoimento. Também não pode manter contato pessoal, telefônico ou por meio eletrônico ou virtual com os demais investigados, vítima e testemunhas, bem como com policiais civis lotados no Paraná – exceto se formalmente intimado pela autoridade competente para prestar depoimento ou interrogatório.

do MP Comunicação