O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está nos Estados Unidos desde 30 de dezembro, disse que voltará ao Brasil em março para liderar a oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele mencionou a data em entrevista ao Wall Street Journal e afirmou, segundo o jornal, que o movimento de direita no Brasil “não está morto” e vai continuar.

Bolsonaro viajou para a Flórida antes de terminar o mandato e rompeu a tradição de passar a faixa para seu sucessor, evitando um encontro com o adversário Lula.

O ex-presidente vinha indicando nas últimas semanas que retornaria ao Brasil em breve, mas não havia especificado uma previsão de data.

Ao WSJ ele disse que “perder é parte do processo” e que “não está dizendo que houve fraude, mas o processo foi enviesado”, o que o jornal descreveu como uma aparente tentativa de moderar as críticas ao sistema eleitoral brasileiro, depois de nunca ter reconhecido abertamente a derrota para Lula.

Bolsonaro também rebateu na entrevista as tentativas de associá-lo aos ataques de 8 de janeiro em Brasília, argumentando que nem sequer estava no Brasil na data. “Golpe? Que golpe? Onde estava o comandante? Onde estavam as tropas, onde estavam as bombas?”, disse, minimizando os atos promovidos por apoiadores de sua candidatura insatisfeitos com a posse do petista.

Ele afirmou ainda que se vê como “o líder nacional da direita” e que “não há ninguém mais no momento” apto a assumir o papel. O ex-presidente indicou que apoiará candidatos conservadores nas eleições municipais do ano que vem.

Foto: Agência Brasil

da Folha