Uma mulher deu à luz recentemente um bebê com 59 centímetros de altura e 7,3 quilos. Angerson Santos nasceu de cesariana no Hospital Padre Colombo, em Parintins, no Amazonas, no dia 19 de janeiro de 2023.

O peso dele excedeu o da recém-nascida mais pesada já registrada, que nasceu com 6,8 kg em 2016. Mas nem chegou perto do bebê mais pesado do mundo, que tinha 10,2 kg quando nasceu em 1955, na Itália. Para efeito de comparação, os meninos recém-nascidos pesam, em média, 3,3 kg, e as meninas 3,2 kg.

O termo usado para descrever esses “bebês gigantes” é macrossomia (termo com origem no grego para “corpo grande”). Qualquer recém-nascido que pese mais de 4 kg, independentemente da idade gestacional, é considerado um bebê macrossômico.

Bebês macrossômicos representam cerca de 12% dos nascimentos. Em mulheres com diabetes gestacional (alto nível de açúcar no sangue durante a gravidez), esse percentual aumenta para entre 15% e 45% dos nascimentos.

Perigos na hora do parto

Bebês com macrossomia são mais propensos a encontrar dificuldades para se mover pelo canal vaginal por causa do tamanho. É bastante comum, por exemplo, que o ombro do bebê fique preso atrás do osso púbico da mãe. O termo médico para isso é “distocia de ombro”.

Enquanto o bebê está preso, ele não consegue respirar, e o cordão umbilical pode ser comprimido. Isso também pode provocar uma fratura na clavícula do bebê ou danificar os nervos do plexo braquial que suprem os braços – nos casos mais graves, esse dano pode ser permanente.

A distocia de ombro acontece em cerca de 0,7% de todos os nascimentos, mas em bebês macrossômicos a incidência é de cerca de 25%.

As mães também correm maior risco de laceração vaginal durante o parto, o que aumenta o risco de hemorragia pós-parto.

A hemorragia pós-parto é a principal causa de morte materna em todo o mundo — e, por isso, quanto maior o bebê, maior o risco de lesões durante o parto vaginal normal.

A macrossomia de recém-nascidos também leva a um risco aumentado de um prolongamento do segundo estágio do trabalho de parto, que ocorre quando o colo do útero está totalmente dilatado, e a cabeça do bebê se move para a vagina.

Devido ao tamanho dos bebês macrossômicos, esse movimento pode ser mais lento que o normal, o que pode aumentar o risco de a mãe sofrer de infecção, retenção urinária e hematoma (sangramento interno).

Uma coisa que não sabemos sobre bebês macrossômicos é se eles permanecem maiores ao longo da vida.

Os dados limitados que existem indicam que eles são mais propensos a ter sobrepeso ou obesidade aos sete anos e também são mais suscetíveis a desenvolver diabetes tipo 2 mais tarde na vida.

Podemos ver mais bebês “gigantes” nascendo, já que os nascidos depois de 1970 parecem ser cerca de 450g mais pesados ​​do que os recém-nascidos anteriores.

Da mesma forma, com o aumento das taxas de obesidade, que é um fator importante no desenvolvimento da macrossomia, provavelmente veremos mais bebês “gigantes”.

Foto: Divulgação/SES-AM

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