Recentemente o deputado federal Gildenemyr (PL-MA) apresentou na Câmara dos Deputados um Projeto de Lei que obriga a instalação de equipamentos de desinfecção individual na entrada de locais com intensa circulação de pessoas em municípios com mais de 50 mil habitantes. A regra, que vale para locais públicos e privados, estabelece a colocação de uma espécie de ‘túnel’ onde as pessoas passam antes de adentrar em locais considerados como de alto risco de infecção.

O empresário Otto Ferreira Neto, atuante em Ponta Grossa e CEO da Foward Química, revela que há muitas dúvidas sobre a eficácia dos chamados ‘túneis de desinfecção’, já que é novo numa sociedade. “Existem muitas dúvidas por conta da população. Por exemplo, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não emite uma nota recomendando ou não recomendando tal produto. O que acontece é que esse recurso já é usado no Brasil e no exterior contra vírus, bactérias e outros. A utilização acontece em hospitais, aeroportos, e em diversos pontos”, explica.

De acordo com o empresário, a eficácia dos túneis está justamente em não levar o vírus para outras pessoas. “Essa câmara de desinfecção serve principalmente para não complicar a vida alheia, tal qual a máscara. Ou seja, se a pessoa estiver infectada, não há o que fazer, ela serve mais para evitar que os outros se prejudiquem através de algum possível contaminado”, diz.

Sobre o produto utilizado nas câmaras, Otto detalha como funciona o procedimento de quem utiliza o aparato. “É utilizado o quaternário de amônia. Ela age primeiro no ‘que está por cima’, como a roupa e calçados, ali ele mata o vírus, as bactérias que estão presentes na hora que o cidadão adentra a câmara”, conta. Ele ainda lembra que a eficácia da proteção depende de diversos fatores. “Vai depender de como será o procedimento depois dali. Por exemplo, o tempo de proteção vai até o ‘líquido secar’, mas isso tem muitas variantes, se passar na câmara e for para o sol ou para a chuva por exemplo, o tempo de proteção tende a ser menor”, revela.

No entanto, Otto aponta que é necessários ficar atento ao produto utilizado nas sanitizações. “Foi usado na cidade o hipoclorito de sódio, porém, esse produto é corrosivo, pode causar danos nas pessoas, em automóveis, não é recomendado pela Anvisa. Para os pontos de ônibus, locais públicos, hospitais e afins, o ideal é usar o quaternário de amônia”, complementa.

Otto Ferreira Neto – CEO da Forward Química

Confira abaixo a nota técnica enviada pela empresa acerca dos produtos a serem utilizados em procedimentos de desinfecção em locais públicos realizados durante a pandemia da COVID-19

Por: Matheus Fanchin/Fotos: Reprodução/Phillus