Os resultados de um grupo de trabalho realizado por acadêmicos do curso de Odontologia, em conjunto com a equipe técnica da Unidade de Saúde da Família Aurélio Grott, do Jardim Los Angeles, no bairro Boa Vista, resultou na premiação de 1ª colocação na categoria “Relato de Experiência” de trabalhos apresentados no IV Semana Acadêmica de Odontologia (SAO) da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), que aconteceu neste mês de julho de formato em formato digital.

A menção é referente ao trabalho científico “Odontologia para além da boca: relato de um projeto de promoção de saúde no SUS”, de autoria das estagiárias da Fundação Municipal de Saúde, Gabriela Schiochet, Veridiane Gemelli Christ, Taynara de Souza Carneiro, da residente multiprofissional Naiara Lago Soares, da dentista Vera Lucia Leal Wosgrau e do professor Manoelito Ferreira Silva Junior, sobre as atividades desenvolvidas no grupo de apoio “Mentes Saudáveis”, criado pela equipe de saúde, estagiários e comunidade com foco no desenvolvimento saudável e ênfase em promoção de saúde.

Desde de 2018, o grupo se reúne quinzenalmente na associação de moradores do bairro, e atende a comunidade em atividades como: incentivo a remoção de hábitos, valorização da cultura, dinâmicas em grupo, atividades de interação entre os membros, terapias em grupo, artesanato, brincadeiras e campanhas de saúde. De acordo com o trabalho premiado, as atividades desenvolvidas no grupo de apoio têm favorecido a formação de cirurgiões-dentistas promotores de saúde e qualidade de vida.

“Em 2017 reformulamos o nosso estágio curricular obrigatório no SUS, para que houvessem projetos de intervenção conforme a necessidade local e as demandas dos usuários. Para nós da universidade, é um prazer poder auxiliar em projetos que vão para além da visão clínica, e para além da boca e dentes. O cirurgião dentista tem ainda uma visão fechada no consultório, e poder extrapolar essa barreira no ensino, é uma oportunidade que agrega muito”, explicou o professor e orientador do estágio Manoelito Ferreira Silva Junior.

Para a acadêmica Gabriela Schiochet, a importância do Mentes Saudáveis está na promoção da qualidade de vida para a população. “O grupo já se mantém há 18 meses e conta com alta e contínua adesão da comunidade. Atualmente, os encontros não estão ocorrendo devido a pandemia do coronavírus, mas o grupo ainda existe. Eu, como estagiária da Unidade de Saúde da Família Aurélio Grott, vejo que para nós estudantes de Odontologia é de extrema importância sair daquele meio apenas clínico e fazer parte de algo real e que está inserido na necessidade da comunidade. Vemos a importância de se fazer prevenção, promoção de saúde, para levar uma qualidade de vida para quem precisa, e não apenas atuar quando se tem apenas doença. Fazendo assim profissionais mais humanizados, que sabem trabalhar com uma equipe multidisciplinar e inseridos em um contexto social.

Lucimara Taques Greggio é presidente da Associação dos Moradores do Jardim Los Angeles e reforça o sucesso do projeto que envolve os moradores da região. “É um enorme sucesso, muitas pessoas participando, interagindo e com tudo isso levando para suas casas uma visão espetacular de vida saudável. Com todos os encontros aprendemos e trocamos várias ideias que tem trazido algo diferente para todos”, explicou.

Além da primeira colocação, o 2° lugar na categoria Relato de Experiência ficou com os estagiários da Unidade Básica de Saúde Adilson Baggio, no Santo Antônio, através do trabalho científico “Mitos e verdades: relato de experiência educativa em saúde bucal entre escolares pré-adolescentes”.

De acordo com a dentista da UBS e coordenadora do grupo, Vera Lucia Leal Wosgrau, com as atividades a comunidade reforça seus laços de amizade ou os constrói, encontra um espaço descontraído para dialogar, aprender e colocar em prática o aprendizado. “Desde 2008, no segundo semestre, recebemos estagiários do curso de Odontologia que vem até a unidade vivenciar na prática o que aprenderam na academia. Com a recente mudança na grade curricular, os acadêmicos são do 2° ano, e isso reflete em estudantes mais aberto a aprender e vivenciar sem aquela pressão do final do curso, como era antigamente. Hoje há um maior aproveitamento tanto dos acadêmicos quanto das Unidades de Saúde que os recebe e todos saem ganhando”, ressaltou.

Imagens: Aline Jasper/informações: PMPG.