Em 2022, a Copel está investindo R$ 352 milhões em obras de distribuição de energia no Sudoeste do Paraná. O montante representa 21% do valor recorde de R$ 1,634 bilhão que a companhia vai aplicar em todo o estado. O plano de investimentos para a região inclui quatro novas subestações – como a SE Petrópolis, em Francisco Beltrão e a SE Bela Vista, em Pato Branco –, 280 quilômetros de linhas de alta tensão, a construção de redes do Paraná Trifásico e a substituição de medidores inteligentes pelo Rede Elétrica Inteligente.

Os números foram apresentados pelo presidente da Copel, Daniel Slaviero, nesta sexta-feira (11), em Francisco Beltrão, durante um evento com representantes dos municípios da região, organizado pelo presidente da Assembleia Legislativa, Ademar Traiano.

Slaviero destacou que a Copel trabalha em três principais frentes para fortalecer o sistema na região. “A primeira é o Paraná Trifásico. São R$ 2,7 bilhões em investimentos para trifasear a rede. É o maior programa da América Latina no setor. O segundo é o Rede Elétrica Inteligente, que está investindo R$ 820 milhões, e começou aqui pelo Sudoeste. E também estamos fazendo um reforço nas equipes de manutenção e em poda e roçada”.

Somente em Francisco Beltrão, município com a maior população da região, serão investidos R$ 12,8 milhões em obras de modernização e ampliação da rede elétrica. Levando em consideração o triênio 2022-2024, o plano de investimentos para a cidade totaliza R$ 30,1 milhões.

PROGRAMAS – O Paraná Trifásico vai concluir 800 quilômetros de novas redes em toda a região até o final do ano. As obras integram os 4 mil quilômetros de redes que o programa deve instalar ao longo de 2022, totalizando R$ 450 milhões em investimentos em todo o Estado. Com o Paraná Trifásico, a Copel melhora a qualidade no fornecimento de energia para o campo e garante mais segurança para a população. Os novos cabos com capa protetora isolante têm nível de resistência reforçada quando atingidos por galhos de árvores ou outros objetos.

O plano de investimentos da companhia para a região também prevê a ampliação do Programa Rede Elétrica Inteligente, maior iniciativa de smart grid da América Latina. Até o final do ano, serão substituídos no Sudoeste 260 mil medidores analógicos por modelos digitais e inteligentes. Estes equipamentos se comunicam diretamente com o Centro Integrado de Operação da Distribuição da Copel, facilitando o controle de toda a cadeia, desde a subestação até o consumidor final. Em todo o Paraná, o programa está investindo R$ 300 milhões neste ano.

SUBESTAÇÕES – Além dos dois programas, estão sendo construídas na região quatro subestações, cujos investimentos somam R$ 142,5 milhões. A SE Bela Vista, em Pato Branco, entrará em operação ainda em 2022. A SE Barão de Capanema, em Capanema, será concluída no ano que vem e a SE Petrópolis, em Francisco Beltrão, está em fase de licitação e deve reforçar o sistema a partir de 2024. A Copel ainda está construindo a subestação Capitão Leônidas Marques, no município de mesmo nome, na divisão entre as regiões Oeste e Sudoeste, beneficiando ambas as regiões. Todas as unidades vão operar em 138 mil volts. A construção vai absorver R$ 142,5 milhões, tornando o sistema ainda mais robusto e provendo infraestrutura para o desenvolvimento da região.

Trabalhando para fortalecer a segurança energética no Sudoeste, a Copel ainda vai construir 280 quilômetros de linhas de alta tensão, e vai instalar 200 equipamentos automatizados e 38 sistemas de recomposição automática de redes. Estes equipamentos atuam automaticamente em caso de um desligamento, permitindo que a energia seja restabelecida de forma muito mais rápida.

“São obras estruturantes do sistema”, ressalta o diretor comercial, de regulação e gestão da distribuidora Copel, Hemerson Luiz Barbosa Pedroso. Ele explica que o plano de investimentos foi desenvolvido após uma avaliação técnica criteriosa das necessidades da região. “Estamos investindo de uma maneira mais focada, eficiente e dirigida”, acrescenta.

AUTOGERAÇÃO DE ENERGIA – Além dos investimentos da Copel, o cliente também pode tomar medidas para garantir energia em caso de alta de energia. A companhia autorizou recentemente a instalação de sistemas de geração solar fotovoltaica que permitem o armazenamento de energia. O cliente que possui uma central geradora e a conecta na rede de distribuição poderá usar essa energia de acordo com a sua necessidade. No caso de desligamento causado por uma tempestade, por exemplo, o consumidor pode usar a energia acumulada enquanto a rede estiver desligada.

A medida favorece especialmente unidades de produção rural sensíveis à falta de energia que demandam cargas baixas, como a fumicultura e a piscicultura. A solução que permite o armazenamento de energia chama-se inversor híbrido e é formada por baterias incorporadas. Com o equipamento, o consumidor pode escolher se usa a energia gerada pelos painéis e armazenada nas baterias ou a energia da rede da distribuidora. O uso do inversor foi autorizado recentemente pelo Inmetro, após anos de pesquisas realizadas para garantir a segurança da operação.

“Estamos vendo uma revolução na autoprodução de energia. Isso é muito benéfico para o produtor, porque reduz custos”, afirma o presidente da Copel. “O agricultor produz mais, gera mais impostos, mais empregos e tem um produto final de melhor qualidade para o consumidor”, acrescenta Slaviero.

Para adquirir os equipamentos necessários, os produtores contam com o apoio do Governo do Estado. O programa Renova PR, criado pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), apoia e fomenta a autogeração de energia elétrica no campo. O programa financia projetos de energia renovável a juro zero para agricultores e ajuda na viabilidade e competitividade dos seus negócios. Desde o seu lançamento, em 2021, já foram aprovados mais de 1.600 projetos de instalação de geração distribuída em propriedades rurais do Estado.

CADA CLIENTE IMPORTA – Com foco no atendimento aos clientes mais afetados por desligamentos, a Copel anunciou em dezembro de 2021 o Programa Cada Cliente Importa. A iniciativa prevê um pacote de ações focadas no consumidor final, como a contratação de mais equipes de eletricistas, elevando o número de profissionais em campo.

O programa pretende também aumentar em 30% o número de rotinas de inspeção e manutenção nas redes, totalizando 5,7 mil serviços, e aumentar em 50% a área de roçada. A expectativa é que, em 2022, a companhia conclua a roçada de 60 milhões de metros quadrados no entorno das redes.

O foco da Copel com esta iniciativa é ir além das exigências regulatórias, já que os índices globais de qualidade vêm numa trajetória de mais de 30% de melhoria nos últimos anos. Neste programa, estão previstas ações para minimizar as interrupções individuais duradouras: de maneira proativa, a Copel lançará novos indicadores para monitorar e controlar os períodos de desabastecimento de energia elétrica individualmente, cliente por cliente. Para executar esta meta, a companhia conta com investimentos em tecnologia e novas ferramentas.

AEN  Foto: COPEL