“Quero cumprimentá-los por esta reunião, aqui. Mas quero deixar claro pra vocês o meu desejo. Que não seja uma reunião de campanha eleitoral. Que seja o embrião de uma mobilização que nos ajude a governar o Paraná e dê suporte e consistência para o Lula avançar”.

Foi com essas palavras que o ex-senador Roberto Requião (PT), candidato a governador nas próximas eleições, participou, na manhã do último sábado (20), do lançamento do Comitê Popular de Lutas da Federação Brasil da Esperança, no clube Lamenha Bill (antigo Santa Cecília), em Uvaranas. Requião foi recepcionado pelo ex-vereador e candidato a deputado estadual Gerveson Tramontin (PT) e por outras lideranças políticas. Também estiveram presentes no evento o ex-prefeito e ex-deputado estadual Péricles de Holleben Mello, a ex-deputada federal Selma Shons, o ex-vereador Rogério de Paula Quadros e os deputados estaduais Requião Filho e Tadeu Veneri – todos do PT.

“Minha gente, nós estamos aqui por muito mais do que uma campanha eleitoral. (…) estamos aqui dando consequência a uma luta de nossas vidas. Estamos decidindo se o homem e a mulher são importantes ou se o importante é o capital acumulado na mão de meia-dúzia de pessoas. Nós estamos aqui fazendo a luta que faz o papa Francisco no mundo, hoje. Não é possível que a renda do trabalho da Humanidade se concentre na mão de poucas pessoas e que o conjunto das outras pessoas se transforme em simples medo, em objetos para aumentar o lucro dos concentradores poderosos”, disse Requião, no início do seu discurso. Citando famoso aforismo do escritor russo Liev Tolstói, Requião afirmou que “cantar a nossa aldeia é sermos universais”.

Depois, Requião lembrou de suas gestões como governador do Paraná (1991-1994, 2003-2006 e 2007-2010) e disse que “o governo tinha presença na cidade, a população era importante e os investimentos eram para melhorar a vida do povo”. “Nós saímos do governo e a visão liberal tomou conta do Paraná. Nada mais foi construído. Nós transformamos o Seminário Verbo Divino [na Colônia Dona Luiza] numa escola profissionalizante que hoje tem 1,7 mil alunos”, citou.

Como tem afirmado em eventos e encontros recentes, Requião novamente disse que, se for eleito governador, irá trocar todo os diretores e presidentes da Copel e da Sanepar. “Já fui governador, já fiz isso. Aprendi muito e faço melhor. É isso, minha gente, o que nos inspira”, disse. “E o Lula vai ser o parceiro firme do governo estadual. Mas entendam, definitivamente: o

Lula só será o presidente que nós esperamos que seja se tivermos mobilizações, não apenas como esta, eleitoral, para um comitê de apoio e luta, mas mobilizações contínuas e consequentes para dar força para que ele mude as coisas no país”, completou.

 

Plano

Em sua fala, Gerveson Tramontin lembrou que já existem vários Comitês Populares de Luta e destacou a importância de organizá-los para “tirar um plano de ação rápido”. “Quero cumprimentar os companheiros. Aqui, nós estamos com guerreiros e guerreiras, multiplicadores e lideranças, companheiros de história”, disse.

“A gente não precisa dizer da importância do momento que estamos vivendo. Eleger Requião significa mostrar uma proposta de um tempo novo, de uma sociedade nova. Significa pensar nos trabalhadores, trabalhadores da educação, na valorização dos professores, no respeito pelos professores, na escola pública. Eleger Requião significa pensar no pequeno e médio empresário, no pequeno agricultor, na agricultura familiar, no emprego, defender as instituições públicas, a Copel, a Sanepar. Significa defender o poder público e as pessoas que mais necessitam”, continuou.

“É muito importante o nosso trabalho, seja nas redes sociais, seja no corpo a corpo”, afirmou, lembrando que faz parte do coletivo “Todos pelo Paraná”, do qual também fazem parte o professor José Amauri Tizot, de Telêmaco Borba, a professora Carmen Lúcia de Souza Pinto, “que já foi chefe do Núcleo [Regional de Educação, NRE]”, e João Eli Pereira, “do movimento sindical”.

Ao final, Gerveson destacou a importância de eleger Roberto Requião como governador do Paraná e Luiz Inácio Lula da Silva como presidente do Brasil. “Precisamos levantar a cabeça, sair com as mangas arregaçadas e nos organizar para este momento”, concluiu.

 

Federação

Em Ponta Grossa, o PT integra a Federação Brasil da Esperança, juntamente com o PC do B e o PV, com o apoio de outras legendas, como o Psol.

Os comitês populares de lutas – como o que foi inaugurado no último sábado, em Uvaranas – são utilizados para a organização de debates, encontros, manifestações artísticas, culturais “e de comprometimento com a luta popular para transformar o país”. Conforme o site oficial do Partido dos Trabalhadores (pt.org.br), os comitês foram criados em conjunto com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e outros movimentos sociais “para organizar a mobilização de todas as pessoas dispostas a contribuir para transformar a vida do povo brasileiro”.

Depois do lançamento do Comitê Popular de Lutas no clube Lamenha Bill, Gerveson Tramontin seguiu para Telêmaco Borba para lançar outro Comitê. Na noite da última sexta-feira (19), um Comitê foi lançado em Jaguariaíva.

da assessoria