Nem a reabertura dos comércios nas principais cidades brasileiras e a volta do auxílio emergencial devem elevar o faturamento no Dia das Mães ao patamar pré-pandemia. E um dos maiores empecilhos para que as vendas decolem de vez é a alta dos preços, aponta análise da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) divulgada ontem.

“O mercado de trabalho está travado, o que se soma às condições de crédito menos favoráveis e à inflação acima do desejável. São empecilhos adicionais à expansão do volume de vendas neste momento, em comparação a 2019”, afirma o economista da CNC responsável pelo estudo, Fabio Bentes.

Dos 17 produtos e serviços mais procurados para presentear na data, apenas  cinco ficaram mais barato na comparação com 2020.   Itens de TV, som e informática subiram 19,2%. A segunda maior alta foram as joias e bijuterias (14,4%), seguidas das flores naturais (13,3%). Os preços foram pesquisados em março, o que não capta os aumentos às vésperas da data, considerada o Natal do primeiro semestre em volume de vendas.

A expectativa neste ano é que o Dia das Mães movimente R$ 12,12 bilhões em todo o país, 55% concentrados em São Paulo (R$ 4,46 bilhões), Rio de Janeiro (R$ 1,2 bilhão) e Minas Gerais (R$ 1,13 bilhão). Apesar do total ser 46,7% maior que o registrado ano passado (R$ 8,26 bilhões), a CNC lembra que a data em 2020 ocorreu no início da primeira onda de covid-19, com severas restrições ao comércio. Na comparação com 2019 (R$ 12,34 bilhões), na pré-pandemia, as vendas serão cerca de 2% menores.

“Foi preciso adaptação brusca no começo, que o setor soube fazer muito bem. Além disso, as lojas físicas ainda são muito importantes e estavam fechadas há um ano. Agora, a economia se reorganiza neste período, o que dá oportunidade de termos uma movimentação financeira melhor”, explica o presidente da CNC, José Roberto Tadros.

do METRO