Na segunda-feira (22), investigações da Procuradoria-Geral da República (PGR) apontaram que quatro deputados federais do PSL, que são aliados da base do governo de Jair Bolsonaro, fizeram repasses de verbas para divulgar atos considerados antidemocráticos. Entre esses nomes está a deputada paranaense Aline Sleutjes, vice-líder do governo na Câmara dos Deputados.

Os quatro deputados são:

Bia Kicis (PSL-DF)

Guiga Peixoto (PSL-SP)

General Girão (PSL-RN)

Aline Sleutjes (PSL-PR)

Segundo reportagem publicada pelo jornal ‘O Globo’, os valores em dinheiro eram de aproximadamente R$ 30,3 mil. Valor este que seria oriundo da cota parlamentar, que é dinheiro público, e que deveria ser usada para atividades ligadas ao mandato.

Esse montante da cota parlamentar desembolsado pelos deputados foi destinado à empresa Inclutech Tecnologia de Informação, que pertence ao publicitário Sérgio Lima. Ele é o responsável pela marca do partido Aliança pelo Brasil, que o presidente Bolsonaro pretende criar.

Quebra do sigilo bancário

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), autorizou no último dia 16 a quebra de sigilo bancário de 10 deputados bolsonaristas investigados no inquérito das fake news, relatado por Moraes. Aline também se encontra entre os afetados com essa decisão. O inquérito investiga a divulgação de informações falsas em sites, aplicativos de celular e páginas na internet por meio de anúncios pagos pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República no valor total de R$ 2 milhões.

Em um despacho no inquérito, o vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques, escreveu que os parlamentares, além de repassar o dinheiro, ajudaram também na formulação de mensagens.

“No ecossistema de redes sociais e propagação de ideias de mobilização social e realização de manifestações ostensivas nas ruas, há participação de parlamentares tanto na expressão e formulação de mensagens, quanto na sua propagação e visibilidade, quanto no convívio e financiamento de profissionais na área”, disse.

Em entrevista ao programa JB Urgente, no D’Ponta News, em 17 de junho, Aline disse que foi pega de surpresa e soube da quebra do sigilo bancário através da mídia. Sobre a motivação da ação do ministro Alexandre, a deputada acredita que tudo isso veio por conta das últimas manifestações que aconteceram em favor de Bolsonaro no país. “Creio que isso se deve ações que eles chamam de ‘antidemocráticas’. Mas eu não paguei ninguém, nunca patrocinei nenhum tipo de ação ilegal, não tenho nada para esconder. Nunca desmoralizei ou fiz algo inconstitucional contra o STF ou o Congresso”, completa.

O que diz a deputada? Confira abaixo a nota oficial enviada pela assessoria de comunicação

Relativamente às investigações derivadas do Inq. 4.828/STF, a Deputada Federal Aline Sleutjes e sua defesa constituída informam que não tiveram acesso à integralidade dos autos do Inquérito, porém afirmam, desde logo, que em momento algum houve, por parte da Parlamentar, financiamento econômico ou qualquer forma de apoio a atos de cunho antidemocrático, muito menos incitação à prática de violência contra as instituições da República ou seus integrantes. A Deputada reafirma seu compromisso com a democracia, o respeito à separação de poderes e a defesa intransigente dos direitos constitucionais, inclusive aqueles inerentes à liberdade de expressão e livre manifestação das ideias, comprometendo-se, tão logo tenha acesso às investigações, a fornecer explicações detalhadas dos fatos aos seus eleitores, com os quais mantém fidelidade e compromisso na atuação política em prol do Brasil.

Aline Sleutjes – Deputada Federal – Bruno Milanez – Advogado (Oab/Pr 48.165)

Foto: Assessoria de Comunicação