O frigorífico Avenorte Avícola, localizado em Cianorte, região noroeste do Paraná, terá que suspender sua produção após determinação judicial devido a surto de coronavírus entre funcionários da empresa. A decisão proferida pelo juiz do Trabalho Rodrigo da Costa Clazer nesta segunda-feira (22) segue ação civil pública ajuizada pelo MPT (Ministério Público do Trabalho).

Clazer aponta que durante os dias 19 de maio e 9 de junho, 193 trabalhadores da Avenorte Avícola testaram positivo para o coronavírus. Como comparação, segundo a Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) Cianorte apresenta 313 casos conformados da doença desde o início da pandemia no Paraná em 11 de março.

“Se o número de contaminados está aumentando vertiginosamente somente entre os empregados da empresa, é porque o ambiente laboral está contribuindo decisivamente para a eclosão da doença”, pontuou o magistrado em sua decisão. Também foi determinado por Clazer que a Avenorte Avícola realize testes em todos funcionários do frigorífico, afastando todos os colaboradores que tenham sido contaminados pela doença.

AVENORTE IRÁ TENTAR REVERTER PARALISAÇÃO

Em pronunciamento divulgado nas redes sociais, a Avenorte Avícola afirmou que está cumprindo rigorosamente as determinações dos órgãos competentes em relação ao coronavírus.

A empresa afirmou que irá buscar junto a Justiça uma forma de evitar a paralisação de suas atividades. Mas a decisão da Justiça do Trabalho determinou uma multa diária de R$ 500 por cada trabalhador da empresa que continuar em suas funções a partir desta terça-feira (23). A Avenorte já havia afastado 800 funcionários que haviam sido contaminados pelo coronavírus desde o início da pandemia.

SEGUNDO FRIGORÍFICO DE AVES INTERDITADO NO PARANÁ

A Avenorte Avícola não foi o primeiro frigorífico de aves a apresentar um surto de coronavírus entre os seus funcionários. No mês de abril, a unidade da GTFoods em Paranavaí, também na região noroeste do Paraná, ficou paralisada por 14 dias após decisão do Ministério Público do Trabalho.

Ao final dos 14 dias de paralisação, a GTFoods foi liberada para reabrir a planta após cumprir diversas medidas para garantir a segurança de seus funcionários. Entre elas a utilização de um limite de pessoas para cada ambiente da empresa, uso de máscaras separadas para cada localidade, medição de temperatura na entrada e saída e também construiu dois restaurantes de campanha para os funcionários.

Com as recomendações cumpridas, GTFoods e o Ministério Público do Trabalho assinaram no dia 5 de maio um Termo de Ajustamento de Conduta para demonstrar que a empresa está adotando as medidas necessárias para evitar uma nova propagação do coronavírus.

Informações/Foto: Paraná Portal/Divulgação/Guibon