Deputados estaduais reforçaram, durante a 15ª reunião da Frente Parlamentar sobre o Pedágio da Assembleia Legislativa do Paraná, realizada nesta quinta-feira (13) de modo remoto para discutir a região da Lapa e São Mateus do Sul, o posicionamento em prol de um novo modelo de concessão de estradas com menor tarifa e a realização de obras no início do contrato. De acordo com os parlamentares que participaram do encontro, as demandas exigidas pelas lideranças locais não permitem que seja implementado o modelo proposto pelo Governo Federal, que prevê cobrança de outorga e degrau tarifário.

“O Governo do Estado está contando os minutos para acabar esse pedágio no Paraná. É vergonhoso. O governador Ratinho Junior já tomou sua decisão e vai trabalhar para a menor tarifa e com a execução de obras no início do contrato. O Paraná não vai abrir mão dessa premissa amparado pela opinião da população e pela posição desta Assembleia Legislativa. Estamos que estra atentos e vigilantes. Essa questão do pedágio é perigosa e precisamos estar juntos”, afirmou o líder do Governo na Assembleia, deputado Hussein Bakri (PSD).

Para o deputado Emerson Bacil (PSL), toda a região não suporta mais as más condições das estradas, mesmo com a cobrança das tarifas de pedágio “O trecho entre Araucária e a Lapa tinha previsão de duplicação dos 45 quilômetros de rodovia e não completaram essa obra. A região está indignada. Queremos menor preço e mais obras em um curto espaço de tempo. E temos aí as mesmas empresas que vão participar dessas novas concessões. Por isso apresentei um projeto de lei complementar que faz com que as concessões das rodovias estaduais sejam realizadas por meio de pedágio público”, disse

“O paranaense, seja ele trabalhador ou empresário, não defende esse modelo proposto. O que está vindo, é igual ou até mesmo pior. As estradas da região ainda estão ruins. Aumenta o preço e cresce o número de praças de pedágios. O morador da Lapa paga o preço porque o município é territorialmente grande e ele paga para andar dentro do próprio município. Isso o novo modelo não prevê. Isso compromete a competitividade da região e do estado do Paraná”, complementou o deputado Michele Caputo (PSDB).

O deputado Tadeu Veneri (PT) também ressaltou a situação dos moradores da Lapa e cobrou maior participação da bancada paranaense no Congresso Federal. “A Lapa e toda a região hoje vive um novo cerco, pois está isolada e vai continuar assim pelo novo modelo de pedágio proposto. Temos rodovias que sempre estão em obras e continuam péssimas. Hoje existe uma grande unidade política e empresarial em prol de um pedágio mais justo, mas ainda precisamos de mais atuação dos senadores Álvaro Dias e Oriovisto Guimarães, e dos demais deputados federais”, relatou.

Unidade – Os deputados Anibelli Neto (MDB) e Plauto Miró Guimarães (DEM) também defenderam mais unidade de setores políticos do estado em prol de um modelo de pedágio mais justo no Paraná.  “O Governo Federal quer enfiar goela abaixo um modelo que toda a sociedade paranaense se posicionou contra. Acredito que o governador, que tem acesso ao presidente do Brasil, tem que comunicar que o Paraná não aceita de jeito nenhum esse novo contrato”, exigiu Anibelli. “Essa situação atual do pedágio se tornou inviável. Não podemos errar novamente. Eu defendo a licitação pelo menor preço e espero que o Governo do Estado, que tem uma parcela grande de rodovias nessa nova concessão, mantenha o discurso da menor tarifa”, completou Plauto.

“Temos a oportunidade de implementar um outro modelo no estado. Mas o Governo Federal ainda não respondeu se vai atender todas as demandas que o Paraná apresentou para o novo modelo de pedágio. Precisamos impedir que esse absurdo continue”, alertou o deputado Professor Lemos (PT). “O pedágio é uma porteira de retrocesso para muitas regiões do estado. Não podemos permitir que essas empresas continuem atuando no estado. Precisamos de um posicionamento claro, porque o final do contrato das concessões está próximo e queremos saber o que vai acontecer”, ressaltou o deputado Soldado Fruet (PROS).

De acordo com o deputado Subtenente Everton (PSL), é preciso que o novo modelo de pedágio contemple as obras de duplicação e de melhorias não realizadas pelas concessionárias. “Infelizmente as concessionárias conseguem aumentar suas tarifas junto ao Judiciário. Esse mesmo Poder Judiciário, que libera o aumento da tarifa, não cobra o cumprimento do contrato. As obras inacabadas precisam ser feitas e não podem ser cobradas no próximo contrato”, disse.

“A Assembleia conseguiu uma convergência de toda a sociedade em relação ao pedágio. Uma das melhores políticas sociais que existem é uma estrada e a região Sul não pode ser esquecida nesse novo modelo de pedágio. Temos que dizer com todas as letras, em todos os sons: menor tarifa, sem outorga, sem degrau tarifário e obras já no início dos contratos”, concluiu o senador Flávio Arns (PODE).

Da Assembleia legislativa.