Tristeza persistente, alterações de humor, irritabilidade, perda de energia, perda ou excesso de
apetite, perda de libido, interpretação distorcida e negativa da realidade, dificuldade de
concentração, transtornos do sono e pensamentos de morte. Estes são sintomas cada vez
mais relatados entre pessoas de todo o mundo. Com queixas frequentes entre a população, o
Consórcio Intermunicipal de Saúde dos Campos Gerais (CimSaúde) vem realizando
atendimentos especializados com a Linha de Atenção à Saúde Mental. “Temos que fazer um
esforço para direcionar os usuários aos serviços de saúde adequados”, avalia o médico
especialista, Eduardo Maciel Silva.
Conforme o profissional, os sintomas relatados são um importante sinal de alerta para se dar
atenção à saúde mental. “É um sinal de força pedir ajuda”, destaca, lembrando que problemas
de saúde de ordem psiquiátrica são um grande gargalo nos municípios. “Após o auge da
pandemia houve uma explosão de novos casos e agravamentos de casos já existentes, fato
esse relatado no último boletim da Organização Mundial da Saúde (OMS), que revelou o Brasil
como líder na América Latina em casos de ansiedade e depressão”, aponta. “Além disso, há
uma crescente mundial no número de casos de suicídio, sendo, grande parte, por falha na
assistência à saúde”, dispara.
Para tratar dos pacientes com estas queixas, desde o início do ano, o especialista em Saúde
Mental, juntamente com equipe multiprofissional do Consórcio, vem atendendo pacientes da
região. “O fato do consórcio ter médicos especialistas é um ganho para a comunidade. É um
atendimento resolutivo, de acesso mais rápido, uma vez que se tratam de pacientes triados
pelos seus respectivos municípios”, relata Silva.
Além do especialista, a Linha conta ainda com psicóloga, terapeuta ocupacional, assistente
social e uma técnica de enfermagem, que atua como Ponto de Apoio. “Esta abordagem
multiprofissional agrega muito no tratamento dos pacientes. Conseguimos focar no todo, e não
em um único aspecto”, ressalta a diretora do CimSaúde, Pâmella Costa.
De acordo com a psicóloga, Juliana Oliveira da Fonseca, os sintomas de alerta quanto à saúde
mental podem aparecer também de outras formas, como o etilismo, a dependência química e
emocional, além de violência. “Focamos na escuta qualificada dentro da psicoterapia breve.
Assim conseguimos dar um aconselhamento visando melhorar a qualidade de vida dos
pacientes e a redução dos sintomas”, conta.
A terapia ocupacional vem agregar para a melhora da qualidade de vida e estruturação da
família. “No tratamento, é muito importante a organização do cotidiano do indivíduo”, aponta a
terapeuta, Bruna Raphaela Marçal dos Santos.
O diagnóstico das questões sociais dos pacientes é feito pela assistente social. “Após análise
junto ao paciente construímos mecanismos de enfrentamento, através de orientação e
encaminhamento para políticas e serviços públicos”, contou a profissional, Renata Pires
Siemieniaco.
Como ponto de apoio, a técnica em enfermagem Gilcemara Penteado é profissional primordial
na Linha de Cuidado da Saúde Mental. “Minha função é acolher os pacientes, esclarecer
dúvidas, e fazer os encaminhamentos”, relata.
Para serem atendidos nas Linhas de Cuidados disponibilizadas pelo CimSaúde, os pacientes
são encaminhados pelas Unidades Básicas de Saúde dos 19 municípios consorciados. “É feita

uma estratificação dos pacientes. Aqueles classificados com médio e alto risco são atendidos
pelo Consórcio”, explica a diretora.