A Universidade Estadual de Ponta Grossa reforçou a infraestrutura de tecnologia da informação para oferecer condições de acesso ao ensino remoto para os estudantes. Além da estrutura já existente nos campi e polos de educação a distância, a instituição ofertará 188 notebooks e 300 aparelhos de celular com pacote de dados 4G. Os smartphones, com valor total estimado em R$330 mil, foram doados pela Receita Federal.

O reitor, Miguel Sanches Neto, explica que a Universidade realiza atividades remotas não obrigatórias e que a instituição trabalhou para oferecer aos estudantes condições técnicas de acesso às aulas e conteúdos curriculares em formato remoto, autorizados a partir de 20 de julho.

A Universidade investiu R$ 186 mil na compra de 38 notebooks, como detalha o professor Ivo Mottim Demiate, Pró-reitor de Assuntos Administrativos: “Os equipamentos ficarão no Núcleo de Tecnologia de Informação (NTI) para que, conforme indicação da Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (Prae), sejam destinados aos estudantes que necessitem de apoio tecnológico”.

Para o Pró-reitor de Graduação, Carlos Willians Jaques Morais, “nesse momento, a retomada das aulas remotas acompanha a riqueza de iniciativas de formação remota realizadas pelos Colegiados de Curso desde maio deste ano. Além disso, o esforço institucional para superar as condições básicas de infraestrutura e de capacitação é o que possibilita avançarmos para o ensino remoto”.

Acesso local

Além dos equipamentos e plano de internet para acesso remoto, a UEPG dispõe de 536 computadores no Campus de Uvaranas, Proex, Museu, Núcleo de Prática Jurídica, Teatro Pax, Fazenda Escola, Fundação UEPG, Crutac e Campus Centro. Para oferecer condições de distanciamento social, o NTI pode distribuir os computadores em salas próximas.

Outro recurso à disposição para o ensino remoto é a rede Wireless de internet, que poderá ser acessada com notebook ou celular próprio. Os estudantes que não residem em Ponta Grossa poderão utilizar laboratórios de informática dos 47 polos de Educação a Distância do Nutead-UEPG, no Paraná, em Santa Catarina e São Paulo.

Luiz Gustavo Barros, diretor do Núcleo de Tecnologia da Informação da UEPG, destaca que os estudantes e professores têm contas institucionais da UEPG no Google. “Haverá liberação de tráfego via rede de dados móvel (3G/4G) ao Google Classroom, sem contabilizar o plano de dados do usuário”, garante.

Diagnóstico de acesso

Dos 703 estudantes da graduação consultados pela Pró-reitoria de Assuntos Estudantis para a elaboração de um diagnóstico sobre as condições de acesso à tecnologia, 9,25% apontaram que não têm condições de realizar atividades remotas. Os contatos dos estudantes consultados foram obtidos em cadastros de serviços de assistência estudantil da Prae e a partir de dados de uma pesquisa aplicada em abril.

De acordo com as professoras Ione da Silva Jovino, Pró-reitora de Assuntos Estudantis, e Cristiane Gonçalves de Sousa, Diretora de Ações Afirmativas e Diversidade, cerca de 190 dos estudantes consultados solicitaram alguma ajuda: créditos para internet; empréstimo de notebooks; tablets, celulares ou acesso a laboratórios de informática da UEPG. O questionário, com 22 questões, levantou, além das condições materiais, características socioeconômicas e de identidade.

Ao realizar abordagem, a equipe da Prae informa, num primeiro momento, os objetivos do contato telefônico e explica a importância da coleta de dados para assegurar o acesso à educação no contexto emergencial da Covid-19, momento de realizar atividades remotas de forma excepcional. Feitos esses esclarecimentos, tem início a coleta de dados.

Jovino aponta que o diagnóstico, assim que finalizado, vai permitir estabelecer um amplo perfil do acesso e das condições dos estudantes da UEPG para a realização de atividades remotas. “Este levantamento está permitindo a organização de diferentes frentes de atendimento, de acordo com as necessidades apontadas pelos diretamente interessados. Outro aspecto importante dessa ação é a articulação de diferentes órgãos para apresentar soluções que busquem minimizar os problemas e mostrar soluções práticas”, complementa.

A professora Cristiane Gonçalves de Sousa diz que “há ainda que se pensar nos dados do primeiro questionário feito pelos estudantes em parceria com a Prae, que nos mostra que uma parcela considerável de alunas e alunos não se encontra em condições de saúde mental ou não tem estrutura em casa para realização de atividades”. Para ela, estes dados requerem atenção e acompanhamento a médio e longo prazo.

Rede UEPG

Desde janeiro de 2020, todas as unidades da UEPG na cidade são interligadas por uma rede de fibra ótica de 48km, resultante  da cooperação técnica com a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). A Universidade dispõe de 5.500 pontos de rede com 600 pontos de acesso sem fio, sendo que 250 deles são novos, como resultado de R$ 700 mil investidos com recursos próprios. A estrutura conta também com novos roteadores e firewalls de grande porte, resultantes de um investimento de R$ 350mil.

Imagens/informações: UEPG