O portal D’Ponta News apresenta uma série de reportagens sobre ‘A Pandemia em PG’. Publicada sempre às terças e quintas-feiras, a série traz sempre uma entrevista exclusiva com a opinião de um convidado sobre as atitudes tomadas no início da pandemia, a atual situação e também como enxerga o futuro para Ponta Grossa.

Há cerca de três meses a Prefeitura de Ponta Grossa tomava as primeiras medidas para conter a pandemia de coronavírus na cidade, como fechamento de comércios e escolas. Para Roberto Ferensovicz, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Ponta Grossa (Sindserv), as atitudes foram corretas, mas um pouco demoradas. “No início o sindicato pressionou bastante o governo para que ele tomasse algumas medidas que a gente percebeu que o prefeito estava titubeando em adotar, como o fechamento total das escolas e do parque de máquinas”. Ele também afirma que algumas atitudes só foram tomadas pelo Executivo municipal após decreto do governador do estado. “O prefeito só tomou as medidas quando o Governo do estado, no caso da educação e outros setores, baixou o decreto. Por conta própria ele foi um pouco reticente”, coloca.

No entanto, Roberto acredita que foram as medidas tomadas no começo que são responsáveis pelo atual cenário da pandemia na cidade. “Ponta Grossa está, com relação a outras cidades de grande e médio porte no Paraná, em uma situação melhor devido a essas medidas que foram tomadas lá no início”, afirma. Para ele, o fechamento do comércio no início de abril foi umas das atitudes assertivas. “Evitou que [a doença] se propagasse lá no início. Deu uma segurada e agora a gente está nessa situação um pouco melhor”, complementa.

Roberto Ferensovicz, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Ponta Grossa (Sindserv)

Para o futuro, o presidente do Sindserv acredita que a volta à normalidade será demorada. “Muitos pensamentos terão que ser mudados, nós teremos que ter um novo comportamento mesmo com o fim da pandemia, uma nova visão de mundo, desde a questão de higiene até o comportamento enquanto sociedade”, coloca. Roberto também acredita que a pandemia abriu os olhos de muitas pessoas com relação à administração de recursos públicos. “O Governo tem recursos para investir na saúde, mas nunca foi focado. Do nada conseguiram recursos para montar hospitais de campanha, abrir novas UTIs. Havia falta de vontade política de se investir na saúde”, afirma.

Com relação às medidas tomadas pelo Executivo municipal até o momento, Roberto tem algumas ressalvas, principalmente com relação ao transporte público e reabertura do comércio. “Eu reabriria, no período da manhã, a parte de serviços, como clínicas, consultórios médicos, escritórios. E a parte de comércio no período da tarde. Assim, quem trabalha de manhã não cruzaria com quem sai à tarde no transporte público, diminuindo a aglomeração nos ônibus” finaliza.

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